Ler é ver o Mundo em outros mundos. Viver vidas, saborear gestos e gostos, sentir perfumes...
Olhar para descobrir, compreender, interiorizar, integrar, partilhar...
E Literar? Brincar... com linhas, cores, palavras, imagens, sons, para escutar, transformar e... criar!?
Literatura - Literacia - Leituras , em jeito desprendido sem tempo nem pressa!
BIBCOM - projecto, mérito, bibliotecas, colaboração, amigos...

É com este pano de fundo, colorido e nublado, que percorro o caminho da blogosfera. Um desafio!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Fevereiro - mês das Mimosas!

Gosto do ser Árvore. Provavelmente falarei de muitas, porque gosto mesmo da Árvore. Elas transformam a natureza. Em Fevereiro, começam a surgir as pinceladas de amarelo a colorir a paisagem ainda mal saída da crueza do Inverno e a avisar que o tempo caminha para a Primavera. Vem aí o Entrudo.
As Mimosas, amarelas e adocicadas, trazem um novo perfume, por vezes inebriante. São bonitas e recordam o sol, na cor, no calor, na transformação. Têm uma enorme capacidade de regeneração e de sobrevivência.
Árvores e bibliotecas, partes de um só mundo.
AS ÁRVORES E OS LIVROS

As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.


E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.


As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».


É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.


Jorge Sousa Braga, Herbário, Lisboa, Assírio & Alvim, 1999


Jorge Sousa Braga nasceu em 1957, em Vila Verde. O Poeta Nu (1980s). Outros livros de poemas: Fogo sobre Fogo (1998) e A Ferida Aberta (2001)

Sem comentários:

Enviar um comentário