Ontem à tarde tive nas mãos um livro de poemas cuja selecção foi realizada por ela e que originou "Os melhores poemas para crescer". Gostei da selecção. À noite fui surpreendida pela sua "próxima ausência". Achava-a uma mulher com força e de uma energia positiva que se sentia no seu olhar frontal e sorridente. Parecia ter sentido de humor. Hoje no correio electrónico recebi de uma amiga este poema. Cativou-me o olhar sereno para a verdade de um momento desconhecido mas certo.
Se eu morrer de manhã
abre a janela devagar
e olha com rigor o dia que não tenho.
Não me lamentes. Eu não me entristeço:
ter tido a morte é mais do que mereço
se nem conheço a noite de que venho.
Deixa entrar pela casa um pouco de ar
e um pedaço de céu
- o único que sei.
Talvez um pássaro me estenda a asa
que não saber voar
foi sempre a minha lei.
Não busques o meu hálito no espelho.
Não chames o meu nome que eu não venho
e do mistério nada te direi.
Diz que não estou se alguém bater à porta.
Deixa que eu faça o meu papel de morta
pois não estar é da morte quanto sei.
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