Busto de Florbela Espanca, da autoria do escultor Diogo de Macedo, no Jardim Público de Évora.
Poetas
Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas do ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
Florbela Espanca, Versos, Pedaços de sorriso, arteplural Edições, 2004
(Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa, Alentejo, em 1894. Estudou em Évora. Morreu em 1930.)
FUI A ÉVORA, FIQUEI
ResponderEliminarQUIETINHO, DENTRO DE CASA.
FLORBELA, NEM TE ENXERGUEI.
TROQUEI-TE POR UMA BRASA.
UMA BRASA METAFÓRICA
E DA QUAL NINGUÉM ME ARRANCA.
QUENTINHA, MINHA ALMA, EUFÓRICA,
NEM SE LEMBROU DA ESPANCA.
O CALOR FAMILIAR
AQUECEU-ME CORPO E ALMA.
Ó FLORBELA, SE CALHAR,
SERÁ P'RÁ PRÓXIMA. CALMA!
NÃO PERDES PELA DEMORA.
QUANDO O TEU JARDIM FLORIR,
VOU ANDAR LÁ UMA HORA,
NÃO A CHORAR, MAS A RIR.
Saudades para a tua cidade.
Beijinhos para ti, cara mana.
Obrigadíssimo pelo acolhimento e pelo lauto banquete.
Zé