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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Encontro com Chopin

Dia 1 de Março faz 200 anos que nasceu Frèderic Chopin, compositor polaco, considerado o grande poeta do piano. Tenho um gosto especial pela sua música.
Há sempre um determinado momento ou circunstância que envolve o encontro e/ou a descoberta de uma música, de um livro, de uma pintura ou de um filme, com que se estabelece uma relação de emoção estética inesquecível.
A minha descoberta de Chopin deu-se quando era ainda uma jovem adolescente, através da sua obra Polonaise Heróica op. 53, tocada por um boneco manipulado, num filme italiano, que, se bem me recordo, se chamava " idade da inocência".
Um grupo de saltimbancos, em que uma mulher manipulava um boneco que, vestido a rigor, tocava esta obra, com uma força e uma graça extraordinárias. Numa situação dramática, de perda profundamente dolorosa, o profissionalismo e o respeito pelo público impõem-se ao natural desejo de "fugir" e o boneco volta a ganhar vida, desta vez tocando com raiva e dor, criando uma cumplicidade com a manipuladora, como se fossem um ser único unidos pelo sofrimento e perplexidade.
Memorizei os sons. Mais tarde reconheci-os nesta música de Chopin.

Há muitas outras obras que foram entrando no meu conhecimento e gosto musical. Esta, contudo, tem uma cor e gestos que repousam na memória, mais tarde igualmente vividos, e que descubro, de alguma maneira, neste vídeo com um dos muitos concertos de Arthur Rubinstein.
http://www.youtube.com/watch?v=nsl7XDTBaJo

A música oferece-nos leituras da vida.



Notas:
Frase de Chopin "simplicidade é a realização máxima".
José Jorge Letria deslumbra-se com Chopin em «A Última Valsa de Chopin», um livro a descobrir.

1 comentário:

  1. Para matar le chagrin
    que nos dá um ar soturno
    nada melhor que Chopin
    seja uma valsa um nocturno
    seja mesmo a marcha fúnebre
    que contrariando o tema
    não me deixa nada lúgubre
    antes me serve de lema
    para sorrir na tristeza,
    para chorar na alegria,
    para viver a beleza
    que construo dia-a-dia.

    E viva Chopin e mais quem gosta da sua música. E vivam também os que não gostam. Serão pobres de espírito, por certo, mas é deles o reino dos céus.
    Eu gosto de Chopin até à eternidade dos meus dias.
    Beijinhos
    Abdré Moa

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